Projetos

 

Projetos em andamento:

1) Análise funcional de HOXD10 em osteossarcoma pediátrico com ênfase nos processos de invasão e metástase 

Descrição: Osteossarcoma (OS) é o tumor ósseo pediátrico mais comum encontrado principalmente nas metáfises dos ossos longos. O tratamento atual consiste na remoção cirúrgica e quimioterapia multimodal neoadjuvante e adjuvante. Cerca de um terço dos pacientes é acometido por recorrência pós-cirúrgica e metástases nos pulmões e ossos distantes. Apenas 20% dos pacientes com metástases sobrevivem após 5 anos. Sendo assim, é essencial a elucidação das vias moleculares envolvidas nos processos invasivos e metastáticos desse tipo de tumor. Estudos recentes apontam o fator de transcrição HOXD10 como um inibidor geral da invasão celular. Como membro da família dos genes HOX, também é considerado um importante regulador celular, envolvido principalmente no desenvolvimento embrionário, na manutenção da pluripotência celular e, na promoção da diferenciação celular de forma controlada em organismos multicelulares. A desregulação de vários genes HOX vem sendo associada ao desenvolvimento e progressão tumoral e parece atuar de forma tecido específica. Estudos sugerem que a maioria dos genes HOX encontrados hiperregulados em um câncer em determinada região do corpo, normalmente é expresso durante o desenvolvimento daquele local. Curiosamente, genes dos clusters HOXA e HOXD são responsáveis pelo desenvolvimento do tecido ósseo de forma normal e alterações no gene HOXD10, especificamente, já mostraram resultar em defeitos nos membros posteriores de camundongos. Assim, apesar de ser majoritariamente descrito como hipoexpresso no câncer, estudos preliminares do nosso grupo mostraram que este gene é pouquíssimo expresso no tecido ósseo maduro e encontra-se hiperexpresso em amostras de OS pré-quimioterápicas. Resultados semelhantes já foram relatados em carcinoma de cabeça e pescoço e sarcoma de Ewing. Nestes estudos HOXD10 foi associado a promoção de migração e proliferação, porém ainda pouco se sabe dos mecanismos moleculares por trás destes efeitos. Dessa forma, o projeto em questão visa estudar o perfil de expressão do HOXD10 em amostras de OS primários e de metástases, bem como avaliar os efeitos in vitro e in vivo da modulação deste gene (silenciamento por CRISPR e aumento por vetor lentiviral) sob diferentes aspectos da invasão e proliferação além de elucidar as vias pelas quais este gene desempenha seu papel nesta neoplasia por técnicas de expressão gênica diferencial em larga escala e posterior validação. 

Agência de Fomento: FAPESP - Proc. nº 2016/19226-7

Vigência: 2017-2020


2) Avaliação comparativa dos efeitos antitumorais dos inibidores de NF-κB - DHMEQ, DTCM-g e SEMBL- em sarcomas ósseos da infância

Descrição: O tratamento do câncer infantil tem evoluído de maneira significativa nas últimas décadas. Entretanto, as taxas de cura obtidas para determinados subtipos histológicos, como por exemplo, tumores cerebrais malignos de alto grau, subtipos agressivos de leucemias e principalmente os sarcomas estão aquém do desejado. O tumor de Ewing e o osteossarcoma representam os tumores ósseos malignos mais frequentes, correspondendo com 5-7% dos cânceres que acometem crianças. Ambos os tipos de tumor são considerados inicialmente curáveis, mas apresentam uma grande propensão à recaídas e metástase, devido à inerente quimiorresistência e à capacidade invasiva das células. Dentre as diferentes vias oncogênicas envolvidas no desenvolvimento destas doenças um importante ponto de convergência está representado pelo fator de transcrição NF-κB. Esse fator pleiotrópico desempenha papéis importantes no aumento da expressão de genes anti-apoptoticos, e fatores de sobrevida, adesão e invasão. Além disso, o mesmo pode mediar mecanismos de radio- e quimioresistência. De fato, diferentes estudos sugerem que o seu bloqueio pode diminuir a capacidade oportunista das células tumorais de invadir e metastizar em órgãos distantes, um passo considerado critico na intervenção alvo-dirigida. Dessa forma, a inibição do mesmo poderia ser potencialmente utilizada para diminuir a alta resistência das células tumorais aos insultos citotóxicos e consequentemente, melhorar a sobrevida dos pacientes. Nos últimos anos, o Departamento de Medicina Alvo-Dirigida da Universidade de Aichi (Japão), sob o comando do Prof. Kazuo Umezawa, desenvolveu uma série de novos inibidores de NF-κB: a dehidroximetilepoxiquinomicina (DHMEQ), o 3-[(dodecylthiocarbonyl)methyl] glutarimide (DTCM-g), e um análogo livre de epóxido chamado (S)-b-saliciloilamino-a-exo-metileno-ƴ-butirolactona (SEMBL). Os três compostos podem ser sintetizados facilmente com custo reduzido, e apresentam a grade vantagem de serem inócuas às células normais. Estudo preliminares pelo nosso grupo em linhagens celulares de OS, mostraram dados promissores para a utilização do DHMEQ e DTCM-g como antitumorais. No entanto, ainda resta testar esses compostos em modelos in vivo.  O SEMBL, foi muito recentemente sintetizado e sua caracterização química e in vitro já mostraram uma eficiência e especificidades notadamente melhores que o seu predecessor. Dessa forma, o presente projeto pretende realizar uma análise comparativa entre os três inibidores de NF-kB (DHMEQ, DTCM-g e SEMBL) em relação aos processos proliferativos e metastáticos em tumores ósseos da infância, OS e EWS, tanto in vitro como in vivo em modelo xenográfico metastático a partir de injeção celular intra-tibia. Acreditamos que os dados gerados a partir do desenvolvimento deste projeto venham a contribuir significantemente para o entendimento do valor terapêutico das três drogas de estudo assim como a futuro, serem incluídas no tratamento adjuvante desses tumores agressivos.

Agência de Fomento: CNPq

Vigência: 2023-2026


Projetos em colaboração:


1) Imagens fotoacústicas e ultrassônicas em aplicações teranósticas

Descrição: O efeito fotoacústico possibilita o acesso, aliado à ultrassonografia convencional, a um tipo de imagem médica com características únicas: indicar tanto eventos fisiológicos quanto a composição molecular de tecidos em conjunto com informações anatômicas. Durante o projeto Jovem Pesquisador (2013/18854-6), foi estabelecido um laboratório dedicado ao desenvolvimento de tecnologias em imagens fotoacústicas. Nessa estrutura já foram conduzidos estudos envolvendo imagens fotoacústicas espectroscópicas para quantificar corantes, nanopartículas e cromóforos endógenos, além de imagens térmicas para monitorar procedimentos de hipertermia, entre outros. A hipertermia magnética tem sido estudada como uma modalidade de tratamento de câncer. No entanto, desafios como mapear as nanopartículas magnéticas nos tecidos e monitorar a temperatura durante o tratamento dificultam que essa técnica seja efetivamente aplicada na rotina clínica. No presente projeto serão desenvolvidas plataformas para integrar técnicas ultrassônicas associadas à óptica (imagem fotoacústica) e ao magnetismo (magnetoacustografia) em sistemas teranósticos, com o objetivo de aumentar a capacidade de mapear a distribuição espacial de nanopartículas magnéticas e temperatura em procedimentos terapêuticos de hipertermia magnética. A combinação dessas técnicas permitirá o mapeamento de outros parâmetros como saturação de oxigênio e viscoelasticidade durante o procedimento de hipertermia. Esses métodos híbridos serão avaliados em experimentos com phantoms que simulem propriedades físicas de tecidos biológicos e com tumores subcutâneos em camundongos

Colaboração com o Prof. Dr. Theo zeferino pavan (Departamento de Física - FFCLRP-USP).

Agência de Fomento: FAPESP - Proc. nº  21/06728-2

Vigência: 2022-2027


2) Desenvolvimento e implementação de novas técnicas acústicas, magnéticas e ópticas para aplicações diagnósticas e terapêuticas

Descrição: Os avanços científicos e tecnológicos em transdutores biomédicos estão proporcionando o desenvolvimento de novas plataformas híbridas para o apoio ao diagnóstico e terapia. Essas tecnologias híbridas são denominadas de sistemas teranósticos. O Grupo de Inovação em Instrumentação Médica e Ultrassom (GIIMUS) da USP de Ribeirão Preto, em colaboração com outros centros nacionais e internacionais, tem explorado novas tecnologias ultrassônicas em combinação com outras técnicas magnéticas e ópticas para aplicações em biomedicina. Por exemplo, se um meio está marcado com nanopartículas magnéticas e está sob a ação de um campo magnético oscilante externo, ele ficará manetizado e ocorrerão pequenas vibrações mecânicas devido à força magnética entre o campo externo e a própria magnetização das partículas. Nesse caso, a localização das partículas e as propriedades mecânicas desse meio poderão ser diagnosticadas usando medidas de susceptometria magnética e técnicas de elastografia por ultrassom. Além disso, esse mesmo meio poderá ser aquecido para fins terapêuticos usando também um campo magnético externo oscilante e/ou radiação ultrassônica de alta potência. O mapeamento da variação térmica das estruturas internas do tecido poderá ser obtido com o próprio sistema de ultrassom. Da mesma forma, quando um meio for excitado com luz pulsada, esta será absorvida e ondas mecânicas serão geradas devido ao efeito termoelástico. Essas ondas de pressão poderão ser detectadas usando transdutores ultrassônicos configurados apenas como receptores acústicos. Dessa forma, usando marcadores magnéticos e/ou ópticos, podem-se gerar imagens moleculares usando perturbação mecânica por forças de não contato usando excitação magnética e óptica e detecção das propriedades mecânicas e térmicas do meio usando técnicas ultrassônicas. As principais metas a serem desenvolvidas neste projeto consistirão em: 1- Implementação e aplicação de novas técnicas elastográficas por ultrassom em uma plataforma de ultrassom programável dedicada (Verasonics ®); 2- Desenvolvimento e aplicação de plataformas teranósticas usando luz e magnetismo para gerar perturbações mecânicas das estruturas internas dos tecidos marcados com nanopartículas funcionalizadas e diagnóstico das propriedades viscoelásticas e térmicas dessas estruturas por métodos ultrassônicos; 3- Aplicação de um transdutor híbrido composto de susceptometria magnética e ultrassonografia para estudo da farmacocinética em modelos animais marcados com nanopartículas magnéticas funcionalizadas; 4 - Estudos das micro estruturas ósseas usando forças de radiação ultrassônica focalizada de alta frequência (MHz) e detecção da radiação acústica em baixa frequência. 

Colaboração com o Prof. Dr. Antonio Adilton Oliveira Carneirol (Coordenador) e Theo zeferino pavan (Departamento de Física - FFCLRP-USP).

Agência de Fomento: FAPESP - Proc. nº  18/16939-8

Vigência: 2022-2027


projetos concluidos:

1) Inibição do NF-κB em glioblastoma: efeitos in vitro e in vivo do DHMEQ na quimioresistência, invasão e proliferação tumoral. 

Descrição: O glioblastoma (GBM) é um dos tumores cerebrais mais frequentes e malignos, e representa 50-60% dos gliomas. Apesar dos avanços diagnósticos e terapêuticos, ainda possui um dos piores prognósticos, com uma sobrevida média de 14 meses. A resistência à apoptose e habilidade de invadir os tecidos normais adjacentes são uma das principais causas de recorrência do tumor e falha do tratamento. Dentre as diferentes vias oncogênicas envolvidas desenvolvimento desta doença um importante ponto de convergência está representado pelo fator de transcrição NF-kB. Esse fator pleiotrópico está constitutivamente ativado nos GBMs desempenhando papéis importantes no aumento da expressão de genes anti-apoptóticos, e fatores de sobrevida, adesão e invasão. Além disso, o mesmo pode mediar mecanismos de radio- e quimioresistência. Dessa forma, a inibição do mesmo poderia ser potencialmente utilizada para diminuir a alta resistência das células tumorais aos insultos citotóxicos e consequentementemelhorar a sobrevida dos pacientes. Recentemente, a dehidroximetilepoxiquinomicina (DHMEQ), um novo inibidor de NF-kB que bloqueia especificamente a translocação nuclear do fator, tem mostrado atividade quimio-sensibilizante. Tendo em vista estes aspectos, no presente estudo pretende-se estudar os efeitos in vitro da inibição da via do NF-kB pelo DHMEQ (isoladamente ou em combinação com os tratamentos ente utilizados: radiação e TMZ) na quimioresistência, invasão e proliferação em linhagens celulares pediátricas e adultas de GBM, assim como em células tronco CD133+ mesmas. Paralelamente, pretende-se implementar modelos in vivo em imunodeprimidos que permitam avaliar os efeitos dessa droga, assim como facilitar a pesquisa de futuros alvos terapêuticos 

Agência de Fomento: FAPESP - Proc. nº 2010/50635-4

Vigência: 2010-2013

 

2) PLK1 (polo-like quinase 1) como alvo terapêutico: efeitos in vitro dos inibidores BI 2536 e BI 6727 em tumores pediátricos e adultos.

Descrição: O tratamento do câncer tem evoluído de maneira significativa nos últimos anos. Entretanto, as taxas de cura obtidas para determinados subtipos histológicos, ainda são muito desfavoráveis. Novas modalidades terapêuticas baseadas em genes individuais ou em vias biológicas responsáveis pela progressão tumoral, isoladamente ou em associação com a quimioterapia convencional, poderiam permitir o resgate de pacientes acometidos por neoplasias atualmente consideradas incuráveis após recaída ou progressão. No entanto, muitas das drogas atualmente testadas não têm atingido as expectativas. Desta forma, a proposta deste projeto é estudar o potencial da PLK1 como alvo terapêutico em diversos tipos tumorais, utilizando linhagens celulares pediátricas e adultas. Serão utilizados os inibidores específicos BI 2536 e BI 6727 sendo avaliados diferentes parâmetros celulares como proliferação, viabilidade, apoptose, ciclo celular e capacidade clonogênica. Além disso, pretende-se avaliar os efeitos de tais drogas em combinação a radioterapia e outras drogas atualmente utilizadas para os diferentes tipos tumorais.

Colaboração com o Prof. Dr. Luiz Gonzaga Tone (Coordenador)

Agência de Fomento: CNPq - proc. nº 471952/2011-7

Vigência: 2011-2013


3) Avaliação das quinases ROCK e interações com microRNAs em sarcomas ósseos da infância: implicações no processo de invasão e progressão tumoral. 

Descrição: O tratamento do câncer infantil tem evoluído de maneira significativa nas últimas décadas. Entretanto, as taxas de cura obtidas para determinados subtipos histológicos, como por exemplo, tumores cerebrais malignos de alto grau, subtipos agressivos de leucemias e principalmente os sarcomas estão aquém do desejado. O tumor de Ewing e o osteossarcoma representam os tumores ósseos malignos mais frequentes, correspondendo com 5-7% dos cânceres que acometem crianças. Ambos os tipos de tumor são considerados inicialmente curáveis, mas apresentam uma grande propensão à recaídas e metástase, devido à inerente quimiorresistência e à capacidade invasiva das células. Recentemente, as quinases ROCK têm sido apontadas como fatores importantes na fisiopatologia e progressão de diferentes tumores devido ao seu papel no processo de migração celular. De fato, diferentes estudos sugerem que o bloqueio de elementos envolvidos no controle da migração celular pode diminuir a capacidade oportunista das células tumorais de invadir e metastizar em órgãos distantes, um passo considerado critico na intervenção alvo-dirigida. Dessa forma, no presente projeto propõe-se avaliar a expressão dos genes ROCK1 e ROCK2 e microRNAs associados em amostras de pacientes pediátricos acometidos com osteossarcoma e sarcoma de Ewing e verificar os efeitos in vitro da inibição das quinases ROCK em linhagens celulares desses tumores ósseos, enfatizando nos processos de proliferação, migração e invasão. Pretende-se ainda avaliar a influência da inibição das ROCK nas linhagens celulares em relação à resistência e sensibilização aos tratamentos atualmente disponíveis para cada tipo tumoral. Paralelamente serão conduzidos experimentos in vivo em camundongos imunodeprimidos que permitam estudar o potencial terapêutico da inibição das quinases alvo em relação a disseminação tumoral.

Agência de Fomento: FAPESP - Proc. nº 2014/03877-3

Vigência: 2014-2016


4) Efeitos in vitro e in vivo do DTCM-glutarimide na quimioresistência, invasão e proliferação de glioblastomas pediátricos 

Descrição: A busca por alvos moleculares envolvidos em neoplasias infantis deixou de ser um assunto de investigação puramente acadêmica para se materializar em medicamentos com aplicação clínica definida. Várias neoplasias infantis se beneficiaram fortemente com drogas desenvolvidas sob este conceito, sendo o exemplo mais expressivo a leucemia mielóide crônica (LMC) tratada com inibidores de tirosino-quinase (Imatinibe, Nilotinibe e outros). Os FT podem ser considerados fatores regulatórios centrais da expressão de diversos genes celulares, caracterizando-se como alvos terapêuticos interessantes em neoplasias humanas. O FT AP-1 (Activator Protein-1) constitui um importante ponto de convergência entre diferentes vias oncogênicas, regulando a expressão de genes anti-apoptóticos, e fatores de sobrevida, adesão, invasão e metástase. A molécula 3-[(dodecylthiocarbonyl)methyl] glutarimide (DTCM-g) é um inibidor específico de AP-1 que foi sintetizada pelo Departamento de Química Aplicada da Universidade de Keio (Japão), sob o comando do Prof. Kazuo Umezawa, que gentilmente nos cedeu a droga e sua colaboração para o presente projeto multi-institucional. Por ter sido muito recentemente sintetizada, o DTCM-g é uma molécula ainda muito pouco estudada em modelos biológicos in vitro, sendo que as observações relativas a sua ação sobre células tumorais pediátricas pode revelar dados interessantes a respeito da inibição  do complexo AP-1 sobre a dinâmica de células neoplásicas. Dessa forma, o presente estudo pretende verificar os efeitos in vitro da inibição do NF-kB por DTCM-g em relação à viabilidade, proliferação celular, capacidade clonogênica e apoptose em linhagens celulares pediátricas imortalizadas de Glioblastoma. Pretende-se ainda avaliar a influência da inibição do NF-kB nas linhagens celulares em relação à resistência e sensibilização aos tratamentos atualmente disponíveis para esse tipo tumoral, baseado na dinâmica de expressão de genes associados a proliferação e invasão celular. Paralelamente, pretende-se avaliar os efeitos dessa droga em modelos in vivo.

Vigência: 2014-2016


5) Investigação dos efeitos antiproliferativos e anti-invasivos do álcool perílico em Meduloblastoma-SHH, e sua influência sobre a modulação de GTPases das famílias Ras/Rho e seus efetores.

Descrição: O Meduloblastoma (MB) é o tumor cerebral maligno mais prevalente entre as crianças. O tratamento padrão consiste na ressecção cirúrgica máxima, seguida de radioterapia local/cranioespinhal, e quimioterapia adjuvante. Comparado com outros tumores da infância, a sobrevida dos pacientes acometidos com MB ainda é baixa, 50% após 5 anos. Inclusive com os avanços significativos no diagnóstico (como a classificação de acordo a marcadores moleculares nos grupos WNT, SHH, 3 e 4) e nas modalidades terapêuticas, um terço dos pacientes permanece incurável e uma grande proporção dos que alcançam a remissão sofre diversos danos neurológicos significativos em longo prazo. O Álcool Perílico (POH) inibe a atividade de preniltransferases e a inserção de GTPases na membrana celular. Consequentemente, o tratamento com este monoterpeno, diminui o crescimento e a migração celular, mostrando efeitos favoráveis em diversos tipos tumorais. Em glioblastomas a sua administração por via intranasal tem se mostrado uma opção prática e não invasiva por atravessar a barreira hemato-encefálica. Assim, a inalação dessa droga pode ser também uma alternativa no tratamento de crianças acometidas com tumores do sistema nervoso central. No entanto, os efeitos desse novo tratamento no MB ainda são desconhecidos. Sendo assim, o presente projeto pretende analisar os efeitos do POH na modulação de GTPases das famílias Ras/Rho e seus efetores em linhagens celulares de MB com ativação da via SHH, assim como nos processos de morte, invasão e proliferação celular. Paralelamente, serão realizados estudos em modelo xenográfico animal a fim de testar sua eficácia por administração intranasal.

Vigência: 2014-2018


6) Análise da oxigenação sanguínea em tumores por meio de imagens fotoacústicas 

Descrição: A técnica de imagem fotoacústica (IF) consiste na absorção da luz por um material e emissão de ondas acústicas. Quando as condições de confinamento térmico e de pressão são satisfeitas, uma banda de ondas ultrassônicas é emitida e a imagem pode ser adquirida utilizando um transdutor de ultrassonografia de uso clínico. Por ser uma técnica híbrida, a IF possui a vantagem de contar com o contraste das imagens ópticas e a resolução espacial das imagens de ultrassonografia. Devido à capacidade de codificar a distribuição das propriedades ópticas do material em ondas acústicas, a IF pode ser adaptada para imageamento de vasos sanguíneos e, desta forma, contribuir para diagnóstico e monitoramento de doenças que causam mudanças na vascularização como, por exemplo, tumores. Sabe-se que a hemoglobina age como cromóforo endógeno, absorvendo a luz e tornando possível a aquisição de imagens fotoacústicas do sangue. A absorção específica da luz pela hemoglobina é influenciada por sua oxigenação, tendo o pico de absorção em 850 nm para oxi-hemoglobina (HbO2) e em 750 nm para desoxi-hemoglobina (Hb). Desta forma, IF adquiridas utilizando excitação por LASER (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation), nos comprimentos de onda correspondentes aos picos de absorção da hemoglobina ligada ao oxigênio e à hemoglobina livre podem utilizar o mecanismo de contraste acima para investigar a heterogeneidade do oxigênio em tumores. Estudos apontam aumento na oxigenação dos mesmos quando submetidos a tratamento de hipertermia leve (aquecimento por volta de 40ºC) devido o aumento na perfusão juntamente com o decaimento na taxa de consumo de oxigênio no tecido tumoral. O aumento da temperatura no local pode diminuir a quantidade de células hipóxicas no tumor, aumentando a radiossensibilidade e melhorando a eficiência de tratamentos de radioterapia. Portanto, neste trabalho é proposto o uso das imagens fotoacústicas na avaliação da oxigenação de tumores desenvolvidos em modelos animais expostos a hipertermia leve por ultrassom focalizado de alta intensidade.

Colaboração com o Prof. Dr. Theo Zeferino Pavan  e João Henrique Uliana (Departamento de Física - FFCLRP) 

Agência de Fomento: FAPESP - Proc. nº 2016/22374-8

Vigência: 2017-2021


7) Desenvolvimento, caracterização e avaliação da capacidade de osteointegração de cimento poroso à base de polimetilmetacrilato associado a diferentes formulações de estrôncio. 

Descrição: O tratamento de tumores ósseos, infecção e traumatismos frequentemente cria defeitos ósseos que necessitam preenchimento para evitar fraturas e promover a remodelação óssea. Devido às limitações do autoenxerto, vários substitutos ósseos estão sendo desenvolvidos com características diferentes. O cimento poroso à base de PMMA, desenvolvido previamente (auxílio FAPESP nº 2012/18965-0), apresenta características mecânicas semelhantes ao osso esponjoso, é biocompatível e atóxico. Além disso, em estudos em animais de experimentação, apresentou altas taxas de osteointegrção e invasão óssea. Com o intuito de potencializar estas características biológicas, é proposto, neste estudo, a combinação deste cimento com diferentes formas e concentrações de estrôncio que é reconhecidamente um estimulador da osteogênese. Nanopartículas de fosfatos e carbonatos de estrôncio com estequiometria variada que possibilitem a liberação controlada de estrôncio serão sintetizadas e combinadas ao cimento poroso. Na caracterização química serão avaliadas a composição e estrutura cristalina das partículas, tal como o perfil de eliminação do estrôncio. Na caracterização física será avaliada a morfologia, densidade, tempo de cura, temperatura máxima durante a cura, características mecânicas e estruturais. Nas avaliações in vitro serão realizados ensaios de citotoxicicade e aptoptose e determinadas alterações genéticas relacionadas com osteoindução e inibição de osteoclastos. Nas avaliações in vitro será estudada a osteointegrção e invasão óssea do cimento poroso implantado em defeitos criados em ossos de coelhos por histologia, munohistoquímica, micro-CT e ensaios mecânicos de arrancamento.Esperamos desenvolver um cimento ósseo à base de PMMA e estrôncio, poroso, com macroporos interconectados, atóxico e biocompatível que possa ser modelado intraoperatoriamente e que elimine os íons de estrôncio de forma controlada. Além disso, esperamos que esta eliminação de estrôncio potencialize a capacidade de osteointegração e de invasão óssea.

Colaboração com a Prof. Dra. Ana Paula Ramos (Departamento de Química - FFCLRP-USP) e o Prof. Dr. Edgard Eduard Engel (Coordenador) (Departamento de Ortopedia e Anestesiologia  - FMRP-USP).

Agência de Fomento: FAPESP - Proc. nº 2017/26742-4

Vigência: 2019-2021